Mulheres na Construção Civil. Durante muito tempo se manteve um estigma no setor de construção civil, que sempre foi majoritariamente composto por homens. Felizmente, esse cenário tem se transformado de maneira significativa ao longo dos anos.
As atividades que antes eram predominadas pela mão-de-obra masculina, hoje abrem espaço para a ascensão das habilidades femininas.
A evolução tecnológica e mercadológica reúne milhares de oportunidades para mulheres alinhadas ao setor de construção civil. Números apontam que de 2007 a 2017 houve um crescimento de 120% de mulheres colocando a mão na massa.
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Diversos aspectos podem explicar essa mudança, entre eles o desemprego e o fechamento de vagas em outras áreas como alimentação, comércio e demais serviços.
Dessa maneira, na tentativa de conseguir um trabalho, mulheres recorrem a cursos técnicos e profissionalizantes, ocupando de forma maciça três áreas anteriormente “monopolizada” por homens: azulejista, pintura e eletricista.
O Brasil dispõe de dezenas de projetos de capacitação feminina. Os mais famosos estão no Rio de Janeiro, cujo programa chamado “Mão na Massa” capacitou aproximadamente 1.500 profissionais; já no Rio Grande do SUL a ONG Mulher em Construção formou mais de 4 mil trabalhadoras para desempenhar as mais variadas funções no segmento.
E acredite: tem dado certo, e muito! Boa parte dos contratantes opta pelas mulheres alegando que muitas vezes o trabalho realizado por elas é mais preciso, detalhista e com diferencial no acabamento.
Conforme mencionamos acima, os avanços tecnológicos podem ser considerados os aliados mais importantes nesse processo de inserção das mulheres no mercado de trabalho.
A mão de obra feminina tem sido extremamente beneficiada por máquinas e equipamentos disponíveis para venda.
Desafios das mulheres na construção
Mesmo com essa mudança nos últimos anos, é preciso se atentar para as barreiras que atravessam a trajetória das mulheres no setor da construção civil.
A realidade é que elas seguem ganhando menos que os homens, inclusive as mais qualificadas. Engenheiras civis atualmente possuem uma média salarial de R$ 8,1 mil contra R$ 10 mil de engenheiros que fazem exatamente a mesma função.
Setores à parte, esse não é um problema exclusivo da construção ou do Brasil, é sistêmico e global. De acordo com dados do PNUD, a renda das mulheres é bem menor que a dos homens em algumas funções, a diferença chega a ser de 42,7%.
Mas calma lá, não se assuste! Existem exceções, sim! É importante olhar para esses casos. Em Santa Catarina, por exemplo, as mulheres tem salário um pouco superior aos homens: R$2.161 contra R$1.948.
O aspecto decisivo neste contexto é o grau de escolaridade das trabalhadoras. Em Joinville 79% das operárias que atuam em canteiros de obra possuem ensino básico completo. Entre eles o percentual é menor: fica em torno dos 54%.
Por fim, o desafio mais difícil hoje para elas está nos chamados “cargos de gestão”. Um número irrisório ocupa funções mais decisivas nas empresas ligadas ao setor de construção civil.
Mesmo assim, há muito que comemorar! A luta pela inclusão continua e os números comprovam as conquistas da categoria feminina nessa empreitada.
Build like a girl!